A preocupação com o impacto ambiental que a corrida Stock Car pode causar em Belo Horizonte foi tema de discussão em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) no dia 26 de fevereiro de 2024. A prova, prevista para acontecer em agosto, vai ser realizada nos arredores do Mineirão, ponto central da Região da Pampulha. Porém, moradores, vereadores, deputados e representantes da Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG) se posicionaram contrários à sua realização no local.
A queixa principal é sobre o corte de árvores que precisa ocorrer, assim como o intenso ruído e fluxo causado pelas obras e mais os impactos no trânsito. Toda a movimentação terá como objetivo transformar a região em um circuito de corrida dentro dos parâmetros desta prova internacional. Além da adequação do asfalto, será também construída uma arquibancada.
Na alegação do vereador Sérgio Fernando, que tem como uma de suas bases de atuação a região da Pampulha, os moradores já sofrem demais com a agitação e o enorme ruído de outros eventos que já acontecem na região. Este tipo de evento não é apropriado para áreas urbanas, como é o perfil da Stock Car. Essa visão é compartilhada pelos demais participantes da audiência pública que não querem o cancelamento da prova, mas sim a transferência para outro local.
“Nós não somos contra a realização da prova do Stock Car em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, mas sim no entorno no Mineirão, por estar provado o grande impacto ambiental para a cidade”, denuncia Sérgio Fernando. Além disso, a região concentra uma grande quantidade de lares para idosos, centro de tratamento oncológico e o hospital veterinário da UFMG.
A professora e diretora do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom), Fábia Pereira Lima, esteve na audiência pública e a preocupação dela é este empreendimento afetará toda a comunidade da UFMG. Está em curso na universidade um estudo técnico para verificar todos os impactos.
Como presidente da CPI da Pampulha, reativada no final do ano passado e que já retomou as suas atividades neste ano, Sérgio Fernando se preocupa com o possível escoamento de óleo e outras sujeiras para dentro da lagoa na primeira chuva que ocorrer após o evento. E faz um apelo à prefeitura da capital no sentido de concentrar energia e recursos na limpeza e desassoreamento da lagoa da Pampulha, cartão postal da cidade.