Projeto de Lei – 774/2023

Autoria: Vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares.

Categoria(s): Cidade

Assunto: Alteração, denominação, logradouro, próprio público, praça [ Praça Apostolado da Oração. Rua Miralago. Rua Doutor Júlio Soares. Rua Gerson Blumberg. Rua Doutor Juiz Francisco Horta. Bairro Ouro Preto. Praça Dona Odília Ferreira. Código de logradouro 304689 ]

Resumo: Dá nova denominação ao próprio público que menciona, localizado no bairro Ouro Preto.
Projeto de Lei 774/2023 - Dá nova denominação localizado no bairro Ouro Preto.

PROJETO DE LEI N° 774/2023

Dá nova denominação ao próprio público que menciona, localizado no bairro Ouro Preto.

A Câmara Municipal de Belo Horizonte decreta:
Art. 1° – Fica alterado o nome da Praça Apostolado da Oração (cód. 304689), situado na confluência das ruas Miralago (cód. 87151), Doutor Júlio Soares (cód.112315), Gerson Blumberg (cód. 90383) e Doutor Juiz Francisco Horta (cód.83019), situada no bairro Ouro Preto região da Pampulha a qual passa a ter nova denominação de Praça Dona Odilia Ferreira.
Art 2° – Deverão ser tomadas providências para os efeitos práticos da alteraçãopromovida por esta lei, com as devidas comunicações aos órgãos competentes.
Art. 3° – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 24 de outubro de 2023.

Vereador Sérgio Fernando de Pinho Tavares

Justificativa:

Nasceu em 08 de março de 1940, a menina Odília de Deus Ferreira, filha de Maria Raimunda Muniz e José Marfins Muniz, Dia Internacional da Mulher.
Aos 4 anos, perdeu o pai e iniciou um trabalho para ajudar sua mãe, que ficou viúva com quatro filhos. Auxiliava na lavagem de roupas, na coleta de lenha e na horta, além de colaborar com as fias durante seus períodos de resguardo. Criada em uma família de fé católica, desde cedo demonstrou piedade e apego às práticas e celebrações. Mesmo com pouca escolaridade, valorizou profundamente a educação. Desde tenra idade, dedicou-se à caridade, à oração e à empatia, colocando em prática os ensinamentos que recebeu. Aos quatorze anos, teve a oportunidade de conhecer Dom Orione, hoje São Luis Orione, e se envolveu com suas obras, especialmente a caridade. Ela contribuiu significativamente na produção de tijolos para a construção do que hoje é a UFMG, além de descobrir
sua paixão pela culinária. Sua habilidade culinária logo chamou a atenção dos Orionitas, e ela se tornou a cozinheira de confiança em eventos sociais, doando seu trabalho como voluntária. Assumiu a liderança nas ações sociais e se tornou madrinha das vocações sacerdotais no seminário dos Orionitas. Seus talentos culinários a levaram a cozinhar para centenas de pessoas em eventos importantes, como a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013. Aos dezessete anos, conheceu o sr. Lázaro e se casou aos dezenove,,enfrentando o preconceito da família dele. Além de criar seis filhos biológicos, adotou mais dois adolescentes, orgulhosa de ter uma família de oito filhos.

Em sua comunidade, fundou o grupo JOCRIBI – Jovens Cristãos do Bairro Itamarati, que durou 25 anos. Ela desempenhou o papel de “mãezona” orientando jovens, reatando relacionamentos e aconselhando. Inteligente, criativa e sábia, ela levou jovens a várias atividades e celebrações religiosas na Capela Santa Teresinha. Nos finais de semana sua casa era um refúgio acolhedor, onde todos se sentiam bem-vindos, cheio de amor, alegria, amizade, cuidado e, é claro, boa comida. Odilia compartilhava a importância da caridade e do compartilhamento com os menos afortunados, inspirando-se nas palavras de São Luís Orione: “A caridade salvará o mundo” e “Quando alguém bater à sua porta, não pergunte seu nome, de onde veio, mas qual é a sua dor. Na Paróquia Nossa Senhora da Divina Providência, Odilia participou ativamente do Encontro de Casais com Cristo, do grupo de curso de noivos e se envolveu em outras iniciativas voluntárias. Sua presença era notável nas cozinhas, preparando pratos como feijoada, strogonoff, galinhada, feijão tropeiro, caldos e massas. Ela formou um grupo de amigos que a acompanhava na
cozinha. Paralelamente à sua dedicação à comunidade, Odilia se esforçou ao máximo para garantir a educação, saúde e alimentação de seus filhos, chegando a trabalhar em dois empregos para custear sua educação. Sua mãe, uma pessoa única e amável, morava com ela e ajudou significativamente na criação dos filhos, que carinhosamente a chamavam de Dindinha. Essa relação afetuosa se estendeu aos netos, que aprenderam a chamá-la da mesma maneira. Sua jornada profissional começou com trabalho voluntário nas Pioneiras Sociais, onde se envolveu em projetos de construção de escolas, centros de saúde e pré-escolas no bairro Itamarati. Odilia se destacou e criou a Associação do bairro, conhecendo pessoas influentes como Dona Nair Vilela Rabello, seu marido, Ajax Corrêa Rabelo, Dona Sarah e seu marido Juscelino Kubitschek. Nos finais de semana e durante suas viagens a Belo Horizonte, Odília continuou seu trabalho comunitário, atuando como madrinha, liderando grupos de jovens e apoiando sua família. Participou ativamente de ordenações sacerdotais, viajando extensivamente ao lado de seu marido. Após muitos anos de trabalho com Dona Nair e voluntariado em centros de saúde, Odília se tornou enfermeira. Sua habilidade com curativos e injeções a tornou conhecida. Ela se esforçou para cuidar dos doentes, inclusive na Vila Paquetá aos finais de semana. Embora nunca tenha feito um curso formal de culinária, Odília se tornou uma excelente cozinheira, aperfeiçoando seus pratos com curiosidade e determinação. Ela também aceitava encomendas para festas e ocasiões
especiais. Apesar de enfrentar desafios de saúde, incluindo uma batalha contra a hepatite C, 0i:filia continuou sua dedicação à família, à Congregação de São Luís Orione e à comunidade. Sua história é marcada por luta, força, coragem, amor, oração, caridade e bondade. Odília partiu em 07 de agosto de 2017, deixando para trás uma história inspiradora e uma saudade profunda em sua família e comunidade. Seu legado de amor e serviço continua a ser lembrado e celebrado até hoje.