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Processo contou com a participação ativa da comunidade

Marco zero na Boa Viagem será votado em primeiro turno na quarta-feira, dia 3 de abril, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), depois de tramitar internamente em diversas comissões. O Projeto de Lei 710/2023, sobre a oficialização do local onde hoje se situa a Igreja da Boa Viagem, como o Marco Zero da capital mineira, é de autoria do vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares. Ele atendeu a um pedido da comunidade de moradores do bairro Boa Viagem e párocos da igreja Nossa Senhora da Boa Viagem.

Para garantir a aprovação na Câmara, que deverá ocorrer em dois turnos, os moradores e simpatizantes da causa estão participando de um abaixo-assinado, que já contabiliza centenas de assinaturas. O objetivo é sensibilizar os demais vereadores para que o projeto seja aprovado e o espaço da Boa Viagem se torne, por lei, e para corrigir uma injustiça histórica, o local onde efetivamente nasceu a capital de Belo Horizonte.

Para participar do abaixo-assinado, clique no botão abaixo, preencha os dados e compartilhe com o maior número possível de pessoas.

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Estudos apontam que o português Francisco Homem Del Rei edificou uma capela onde hoje é Igreja N. S. da Boa Viagem

Segundo um dossiê histórico apresentado ao vereador, o primeiro homem a chegar a Belo Horizonte foi um fazendeiro, vindo de Portugal, chamado Francisco Homem Del Rei. Ele trouxe uma imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem e construiu uma pequena capela de pau a pique para abrigar a santa dentro da fazenda. No entorno da propriedade, se desenvolveu o Curral Del Rei, hoje Belo Horizonte.

O tempo passou e este local onde se encontra edificada a igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, se tornou um ponto de fé para os belo-horizontinos, e de peregrinação para os visitantes. Além de uma referência turística, a igreja também é parte do patrimônio cultural, histórico e artístico de Belo Horizonte.

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Marco Zero de Belo Horizonte foi discutido em audiência pública em fevereiro de 2024 Foto: CMBH-Karolline-Barreto

Audiência pública revelou uma injustiça contra os primeiros moradores da cidade

Em 19 de fevereiro deste ano, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana, realizou audiência pública com moradores, clérigos e historiadores para debater sobre o reconhecimento do local como marco zero de Belo Horizonte. Na ocasião eram esperados representantes de órgão públicos convidados, mas compareceu apenas o representante da Secretaria Municipal de Cultura, o historiador Yuri Mesquita que confirmou a inexistência de um marco zero oficial em Belo Horizonte.

Na audiência, especialistas explicaram que, ao planejar a nova capital, inaugurada em 1897, a equipe construtora desconsiderou o passado e a cultura do arraial e das pessoas que lá viviam. Na visão “modernista” da época, era preciso criar uma nova cidade, partindo do zero. Por causa disso, historicamente, os registros não valorizaram o fato de que a formação da cidade começou com o Arraial do Curral Del Rey e que no seu ponto de origem havia a primeira construção da cidade, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem.

Por isso, muito mais do que a oficialização, por lei, do ponto onde nasceu a cidade de Belo Horizonte, o Projeto de Lei PL 710/2023, poderá vir a ser uma reparação histórica da qual os primeiros habitantes da capital mineira foram vítimas.

 Por que o Marco Zero é importante

Vereador Sérgio Fernando com Padre Marcelo Carlos da Silva, pároco da Igreja N. Sra. da Boa Viagem

Padre Marcelo Carlos da Silva, da Igreja N. Sra. da Boa Viagem, é um dos apoiadores da causa do Marco Zero na Boa Viagem

O Marco Zero de um município representa o seu ponto de origem e expressa, para além da importância do local propriamente dito, o valor simbólico de onde iniciou a municipalidade. Além de uma referência turística, a Igreja de N. S. da Boa Viagem, e seu complexo arquitetônico, também é parte do patrimônio cultural, histórico e artístico de Belo Horizonte. Em 1932, Nossa Senhora da Boa Viagem se tornou a padroeira de Belo Horizonte, título oficializado pelo papa Pio XII.

Para o padre Marcelo Carlos da Silva, pároco solidário do Santuário da Santíssima Eucaristia, o complexo arquitetônico e paisagístico da Boa Viagem é uma “joia histórica” e que a defesa do patrimônio do qual a igreja faz parte, não é somente uma pauta religiosa. “Trata-se da defesa de um patrimônio da cidade e, uma vez que não há reconhecimento legal de nenhum ponto como marco zero de Belo Horizonte, porque não fazer justiça à história?”, reforçou.

De acordo com o vereador Sérgio Fernando “é de extrema importância fazer um resgate histórico para dar a Belo Horizonte o devido reconhecimento do seu marco zero e assim valorizar a nossa riqueza cultural, religiosa e arquitetônica”, afirmou.

Participe do abaixo-assinado clicando no botão abaixo e venha fazer coro na galeria da Câmara Municipal!

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Dia: 3 de abril de 2024 
Horário: 15h
Local: Câmara Municipal de Belo Horizonte | Plenário Amynthas de Barros
Endereço: Av. dos Andradas, 3.100, bairro Santa Efigênia

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